Vice-Almirante

Especialistas vão propor o fim das medidas obrigatórias na reunião no Infarmed

Equipa responsável pelo plano de desconfinamento quer acabar com todas as medidas obrigatórias contra a pandemia. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo semanário Expresso. Especialistas preferiram não ser identificados. Proposta será apresentada na próxima reunião do Infarmed.

De acordo com a publicação, os especialistas acreditam que chegou “o momento de levantar a generalidade das restrições” — entre elas a utilização de máscaras, certificados digitais, lotações de espaços ou a higienização das mãos.

A reunião desta quinta-feira, prevista para as 15:00, decorrerá em formato “semipresencial”.

No Infarmed, escreve o Expresso, os peritos vão defender que “não há necessidade de manter medidas obrigatórias seja onde for”, mas sim “reeducar a população para a autoavaliação do risco, deixando os comportamentos ao critério de cada um”.

O fim de todas as restrições nas escolas e nos transportes públicos é a única matéria ainda em dúvida para os especialistas.

“Com toda a certeza, vão surgir posições mais conservadoras, desde logo da Direção-Geral da Saúde, mas é preciso que todos entendam que Portugal está em condições ideais para fazer o regresso à normalidade”, apresentam os peritos.

Portugal está prestes a atingir a meta de 85% da população com vacinação contra a covid-19 completa, o que, segundo o coordenador da ‘task-force’, vice-almirante Gouveia e Melo, deverá acontecer até ao final do mês, sendo os centros de vacinação desativados de forma gradual.

Apesar da informação avançada pelo Expresso, até ao momento, o que está previsto para quando Portugal atingir a respetiva meta é que o país avance para terceira e última fase do desconfinamento que visa as seguintes alterações:

  • Restaurantes, cafés e pastelarias sem limite máximo de pessoas por grupo, quer no interior quer em esplanadas;
  • Estabelecimentos e equipamentos sem limites de lotação;
  • Espetáculos culturais sem limites de lotação
  • Eventos (nomeadamente casamentos e batizados) deixam de ter limites de lotação;
  • Bares e discotecas reabrem atividade habitual mediante apresentação de Certificado Digital covid-19 da UE ou de um teste com resultado negativo.

A monitorização da evolução da pandemia deverá também continuará a ser feita com base nos indicadores de incidência e Rt, adaptados de acordo com a evolução da vacinação.

Em entrevista ao Público, Graça Freitas, afirmou esta semana que, no combate à pandemia, Portugal está “numa fase de transição epidemiológica” e que a população portuguesa “já não está totalmente desprotegida em relação ao vírus”. No entanto, salientou que o alívio das medidas será “gradual” e que vai depender do comportamento do vírus neste inverno. “Ainda não sabemos como é que este vírus se vai comportar no seu segundo inverno. Aprendemos com o primeiro inverno, mas não estávamos protegidos [vacinação]”, salvaguardou.

A obrigação do uso de máscara na rua durou quase um ano, agora deixou de ser obrigatória, mas continua a ser recomendada em locais com aglomerações ou em situações em que não seja possível manter o distanciamento. A Direção-Geral da Saúde atualizou as recomendações, reiterando ainda as situações em que a utilização de máscara se mantém obrigatória.

A Associação de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) já defendeu a continuidade do uso de máscara para prevenir a covid-19 e a gripe, por forma a que se possa ter um inverno “mais controlado”, permitindo, desta forma, ao SNS retomar o atraso na atividade assistencial.

fonte: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/especialistas-vao-propor-o-fim-das-medidas-obrigatorias-na-reuniao-no-infarmed