A vacina que está a ser desenvolvida pela empresa portuguesa Immunethep deverá arrancar com os testes em humanos no verão deste ano. Essa, pelo menos, é a vontade do laboratório por trás da Silba, que quer a solução no mercado em 2022. Mas ao contrário das vacinas usadas até agora, esta não será para injetar: será inalável, do mesmo modo que uma bomba para a asma.
Desenvolvida em Portugal, a Silba, vacina da Immunethep contra a covid-19, deverá arrancar os testes em humanos no verão deste ano, adianta hoje o ‘Público’. Para já, os testes pré-clínicos, que estão a ser feitos em animais no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), no Porto, têm tido resultados positivos.
O objetivo é reunir os resultados destes testes em ratinhos até ao final de maio ou junho. Depois, é preciso apresentá-los aos reguladores europeus e nacionais (ou seja, a Agência Europeia do Medicamento e o Infarmed). Os testes em humanos devem avançar ainda durante o segundo semestre deste ano, para que a vacina inalável possa entrar no mercado em 2022.
Esta vacina utiliza o vírus SARS-CoV-2 completo inativado, ao contrário da tecnologia usada nas vacinas da Pfizer e da Moderna, por exemplo, que recorrem ao esquema do ARN-mensageiro). O objetivo, defendem os investigadores, é diminuir a probabilidade de haver variantes que escapem à eficácia da vacina.
Falta testar. Para já, não têm sido detetados efeitos secundários desta vacina que está a ser financiada quer por fundos próprios da empresa, quer do programa Portugal 2020. Foram até agora investidos 500 mil euros, mas a fatura dos ensaios clínicos poderá chegar a cerca de 20 milhões de euros.
Desenvolvida em Portugal, por uma empresa de Cantanhede, a vacina vai ser produzida no Canadá.
A Silba é uma de duas possíveis vacinas portuguesas contra a covid-19. Há uma nanovacina a ser criada por cientistas da Universidade de Lisboa e da Universidade de Telavive, em Israel.