O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que o combate à covid-19 em Portugal “está a correr bem”, mas pediu à população para “continuar a ajudar”.
“O que eu peço aos portugueses não é muito. Está a correr bem. Os números de hoje comprovam isso. Mas para continuar a correr bem é preciso continuar a ajudar. É só isso”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra no Funchal, comentava, deste modo, o facto de a Polícia de Segurança Pública (PSP) ter dispersado ao início da madrugada de hoje uma multidão de cerca de 500 pessoas concentradas no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, a maioria sem máscara.
“As pessoas têm de compreender que têm de ajudar”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, mostrando-se, por outro lado, “impressionado” com a atitude da população madeirense face às restrições decretadas pelo Governo Regional, nomeadamente o recolher obrigatório, que a partir de hoje vigora entre as 23:00 e as 05:00.
Até 01 de maio, o recolher obrigatório na região estava estabelecido entre as 19:00 e as 05:00 durante a semana e entre as 18:00 e as 05:00 aos fins de semana e feriados.
“Aqui, na Madeira, fiquei impressionado, porque pude testemunhar o respeito estrito, por vontade dos madeirenses, daquilo que é fundamental para a sua saúde”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou no sábado à noite à Madeira e regressa hoje a Lisboa.
De acordo com a PSP, no Miradouro de São Pedro de Alcântara, “houve um ajuntamento de pessoas que […] terá chegado a perto de cinco centenas de pessoas”.
À agência Lusa, fonte da direção da PSP disse que foi alertada para a ocorrência através de “uma chamada” de um cidadão e garantiu que a intervenção dos agentes “foi rápida”.
A PSP vai “tentar apurar se se tratou de um movimento espontâneo ou de algo organizado nas redes sociais”, acrescentou.
O Governo decretou a situação de calamidade a partir de sábado devido à pandemia de covid-19, depois de Portugal continental ter passado por 15 períodos de estado de emergência.
A situação de calamidade é o nível de resposta a situações de catástrofe mais alto previsto na Lei de Base da Proteção Civil, depois da situação de alerta e de contingência.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.194.716 mortos no mundo, resultantes de mais de 152 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.977 pessoas dos 837.277 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.