Numa altura em que a pandemia ainda se faz sentir em muitos locais do mundo, mas estabilizou noutros, como é o caso de Portugal, será seguro viajar para o exterior no verão que se aproxima, ou corremos o risco de um ressurgimento de infeções? Especialistas, citados pela ‘CNBC’ têm opiniões divergentes sobre o assunto.
Taxa de infeções será menor no verão
Sharon Nachman, Duretora da Divisão de Doenças Infeciosas Pediátricas do Hospital Infantil Stony Brook, espera que este verão as taxas de infeção sejam menores do que no inverno.
“Quando acrescento a ideia de que as crianças a partir de 12 anos também poderão ter acesso às vacinas este verão, o risco para as famílias continuará a diminuir, permitindo mais atividades e com menor risco para todos”, afirma à ‘CNBC’.
Por sua vez, Anne Rimoin, professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da UCLA Fielding, nos Estados Unidos, considera que há “uma hipótese real de um verão com taxas muito mais baixas de doenças, no entanto, isso significa que todos temos que nos unir e fazer a nossa parte” através da vacinação, uso de máscaras, distanciamento social e praticas de higiene das mãos.
Sobre se viajar é seguro este verão, a responsável alerta que depende de dois fatores: vacinas e variantes. “Tudo depende de quantas vacinas temos como armas”, diz Rimoin. “As variantes são mais contagiosas, por isso aqueles que não são vacinados são mais facilmente infetados”, acrescenta.
Há risco de uma nova vaga no verão
Já William Haseltine, ex-professor da Harvard Medical School, considera que existe o risco de uma outra vaga de verão, pelo que viajar durante este período só vai agravar o problema.
“Quanto mais pessoas escolherem viajar para escapar da pandemia, mais corremos o risco de um outro surto de casos neste verão”, diz o responsável, citado pela ‘CNBC’.
Haseltine adianta que muitas pessoas esperam que o clima quente do verão traga uma redução nos casos de Covid, devido à sazonalidade de outros coronavírus e vírus da gripe. Mas, ao que parece, este vírus é “muito menos sazonal do que muitos esperavam”, afirma.
“Se olharmos para 2020 e inícios de 2021, vemos que houve vagas de outono e de inverno, como era de se esperar, mas também aumentos de primavera e de verão.”
Supriya Narasimhan, diretora do departamento de doenças infeciosas do Centro Médico do Vale de Santa Clara, nos Estados Unidos, concorda que é possível uma nova vaga de verão, mesmo em locais onde as vacinas estão a ser aplicadas de forma massiva.
Para a especialista, a Covid é “menos sazonal do que a gripe” e os fatores que afetam a ocorrência de um outro aumento prendem-se essencialmente com o uso de máscaras e a vacinação.
“É um jogo de gato e rato entre a população e o vírus em mutação e a única maneira de impedi-lo é interromper a transmissão”, diz Narasimhan, sublinhando que “ainda são precisos mais dados para tomar decisões sobre viagens”.
