Portugal regista há cerca de duas semanas um número estagnado de infeções diárias. Isso pode significar uma inversão no pico desta vaga.
O pico da quarta vaga da pandemia de Covid-19 no nosso País está estagnado há quase duas semanas, tendo alcançado uma espécie de planalto, já que não se tem registado um aumento no número médio diário de casos. A notícia foi avançada pela TSF, esta segunda-feira, 26 de julho, que procurou uma explicação para esta evolução dos números relativos ao novo coronavírus junto de peritos que estão a acompanhar a situação epidemiológica no País.
Segundo estes especialistas, Portugal encontra-se neste momento num pico, mas que “se transformou numa espécie de planalto, da quarta da pandemia”, escreveu a TSF. Isto significa que com a estagnação do número de novos casos podemos vir a assistir brevemente ao achatar da curva, isto se o número de pessoas infetadas começar de facto a diminuir.
“Estamos num planalto, vemos um pico um bocadinho mais prolongado, devido às diferentes velocidades das diferentes regiões”, começou por explicar à TSF Carlos Antunes, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, clarificando ainda que “temos a região Norte quase a atingir o pico; o Centro está sobre o pico; a região de Lisboa e Vale do Tejo já está, em princípio, num período de diminuição de casos — vamos confirmar esta semana —; o Alentejo inverteu na semana passada (estava estabilizado e agora voltou, novamente, a subir); e o Algarve também confirma uma situação de estabilização de casos”.
De acordo com os dados que demonstram a evolução da pandemia no País, há quase duas semanas que Portugal confirma uma média diária de 3.200 casos de infeção por Covid-19. Sem grandes subidas, mas também sem consideráveis descidas, o impasse está agora em perceber quando, de facto, este pico, que agora está em planalto, começa a descer. Pode ser, de acordo com as declarações de Carlos Antunes prestadas à TSF, para breve.
“Há um outro indicador secundário, que é a diferença do número de casos diários em dias homólogos da semana — ou seja, os dados de hoje menos os dados do mesmo dia da semana interior. Esse indicador dá-nos exatamente o início de uma inversão de tendência”. Os dados dos boletins diários aliás, já o confirmam através de “números diários equivalentes ou ligeiramente inferiores ao dia da semana anterior”.
No entanto, este padrão que não se tem verificado apenas a nível nacional, mas também em termos regionais e concelhios: “verificamos que, na região de Lisboa, há alguns municípios já em fase descendente, outros em fase de estabilização, e mesmo na região do Norte, nas redondezas da cidade do Porto, também se indica uma estabilização desse número de casos e no Algarve também”, afirma o perito.
Recorde-se que os mais recentes dados que acompanham a evolução da pandemia em Portugal deram conta, nesta segunda-feira, de mais 1.610 novos casos de Covid-19 e nove óbitos por complicações associadas à doença provocada pelo novo coronavírus.