A cientista Elvira Fortunato apoia a quebra das patentes das vacinas contra a Covid-19, mas considera que os países devem garantir que, mesmo assim, as farmacêuticas que investiram tenham “retorno”.
A cientista Elvira Fortunato defendeu esta quinta-feira a quebra das patentes das vacinas contra a Covid-19, embora admita que é necessário garantir retorno às empresas que as desenvolveram.
Numa entrevista inserida no congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), questionada sobre se as patentes deveriam cair, Elvira Fortunato respondeu: “É evidente que é muito mais justo. A minha opinião é que sim, se deveria libertar as patentes. Não podemos deixar que as pessoas morram.”
Elvira Fortunato acrescentou, de seguida, que “do outro lado [o das farmacêuticas], houve um investimento privado para que as patentes fossem desenvolvidas”.
“Em último caso, tem de existir algum retorno por parte dos Estados. Também não é justo que, tendo existido um investimento, financiamento e apostas tão grandes numa vacina, quem investiu não tenha retorno”, sublinhou.
Em jeito de resumo, a investigadora rematou: “É bom para a humanidade que as patentes da vacina caiam, mas que haja algum retorno” para as empresas que produziram as vacinas.
O debate sobre a quebra das patentes está instalado na comunidade internacional e, este mês, o Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que o país vai apoiar a quebra das patentes das vacinas. No entanto, a União Europeia é contra a medida e tem apelado aos EUA para que exportem também a sua produção, à semelhança do Velho Continente.