A vacinação é uma das principais armas no combate à Covid-19, mas não quer dizer que seja a resposta para todos os problemas. Os cientistas alertam que pessoas com a vacinação completa vão continuar a ficar infetadas com o novo coronavírus, apesar de apresentarem muito menos sintomas e probabilidades inferiores de doença grave ou morte.
Uma das principais justificações para este fenómeno reside no facto de não existirem vacinas 100% eficazes. Ainda assim, a imunização através da administração destes fármacos contribui de forma significativa para a redução dos internamentos e do número de óbitos associados à Covid-19.
Outra das justificações para a infeção de pessoas vacinadas diz respeito ao surgimento de novas variantes que são mais contagiosas, como é o caso da Delta. Junta-se ainda a falta de informação sobre a duração da imunidade oferecida pelas vacinas, ou seja, quanto tempo é que os cidadãos estão protegidos do vírus.
«Nenhuma vacina é 100% eficaz. Haverá sempre uma proporção de indivíduos que continuarão suscetíveis a infeção e doença», sublinha Lawrence Young, virologista na Faculdade de Medicina da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
Em declarações à CNBC, aponta ainda a imprevisibilidade como outro aspeto crucial: «Ainda não sabemos quanto tempo dura a imunidade induzida pela vacina. Este é muito provavelmente um fator relativamente aos indivíduos mais velhos e vulneráveis que foram vacinados no início do programa de vacinação.»
Ainda no campo da imprevisibilidade, as variantes mais contagiosas são outro aspeto a ter em conta e que já levaram, até, a colocar em cima da mesa a possibilidade de ser necessário um novo reforço da vacina – ou seja, uma terceira dose.
Apesar de não existirem números claros sobre esta realidade, a NBC News indica que, nos Estados Unidos da América, foram detetados pelo menos cerca de 125 mil casos de cidadãos com a vacinação completa que testaram positivo para a Covid-19. Destes, 1.400 morreram.
Ainda assim, os 125.682 casos reportados representam menos de 0,08% dos 164,2 milhões de pessoas totalmente vacinadas desde o início do ano. Isto significa que o número de casos e óbitos entre vacinados é muito pequeno em comparação com o registado junto da população não vacinada, nos EUA.